47-Videntes

* Referência: Capítulos do Livro Seara dos Médiuns – Chico Xavier/Emmanuel (FEB).
Objetivo: estudo de questões do Livro dos Médiuns (LM) de Allan Kardec.
Roteiro: Meditação – Leitura da Questão – Curiosidades.
(Meditação sobre o capítulo 47-Clarividência)
Reunião pública de 27-6-60
Questão LM no.167

Feche os olhos devagar até ver o rosto da Marilyn Monroe

Como acontece na alimentação do corpo, a visão, no campo da alma, é diferente para cada um.” (Emmanuel)

Alguém quer dizer o que viu ou sentiu durante o trabalho? – pergunta o Dirigente.

– Eu vi 4 monges entrarem caminhando e acenderem uma fogueira nos cantos da sala.
– Eu também vi algo assim, mas vi ainda uma pirâmide brilhante girando no centro.
– Eu vi uma névoa rosa no ambiente e saía muita luz dela e envolvia o Diretor.

Alguém me cutuca:
Essa névoa eu também vi. Mas não vou falar nada porque não quero passar recibo de maluco pra ninguém.
Mas eu vi isso que ela disse.
Credo!

Nesse capítulo, Emmanuel inicia traçando um paralelo entre ver e alimentar-se.

Alguns passam mal com gorduras e só comem frutas.
Outros passarão fome com as frutas e precisarão de gorduras.
Alimentos iguais, aparelhos digestivos similares, porém apresentam absorções diferentes para os mesmos nutrientes.

Os videntes estarão observando a mesma sala e interpretando aquilo que seus processos mentais serão capazes de alcançar.

É por isso que todo fenômeno de clarividência solicita filtragem no crivo da razão.” – alerta-nos Emmanuel.

*

Não faz muito tempo, ouvi uma médium dizer que estava vendo Maria de Nazaré no ambiente.

Quem sou eu para dizer que ela não estava vendo?

Mas Emmanuel propõe a seguinte possibilidade: e se a médium estivesse vendo o quadro “Assunção”, onde o pintor espanhol Murillo propõe uma visão romanceada de Maria ascendendo aos céus com uma corte de anjos?

Quais as chances da médium julgar ter visto a própria Nossa Senhora, Mãe de Jesus, e sua corte de anjos?

Basta estarmos isolados e desprevenidos para que, mesmo uma imagem de televisão em um momento de transe, nos faça julgar que vimos certa personalidade histórica ou certa cidade em época recuada. E ainda trazemos as palavras que ouvimos, anunciando ao vento nosso “poder mediúnico”.

Enquanto a observação mediúnica não se generalizar mais extensamente sobre a Terra, provocando mais amplas conclusões do chamado ‘consenso geral’, a mensagem da clarividência demanda considerações específicas. diz Emmanuel.

Entretanto, toda descrição precisa ser considerada como ensinamento digno de atenção e todo esforço do médium faz parte de seu treinamento como canal de comunicação.

Apenas é imprescindível estudar, para que não venhamos a “viajar na maionese”, ou seja, adentrar no campo do ilógico, do místico.

Por fim, Emmanuel ilustra a questão através de um arco-íris.

Linda coroa celeste, ornada com setes cores que se encontram em perfeita geometria na glória do firmamento.

Entretanto, a maravilha celeste não tem qualquer expressão substancial, por estruturar-se em simples jogo de luz …”.
(Emmanuel)

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Leitura da Questão: Livro dos Médiuns (LM)
CAPÍTULO XIV
DO MÉDIUNS

5. Médiuns videntes

Questão 167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI –Das manifestações visuais.

O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto veem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.

*** Curiosidades ***

-Dos muitos relatos que já ouvi dos irmão que enxergam com os olhos perispirituais, há sempre muita confusão e desencontro entre as diversas narrativas. Emmanuel nos explica esta questão através da diferença orgânica e mental. Logo, vale sempre usarmos muita cautela e apanhar várias opiniões antes de confiar em uma. Lembrando sempre de separar entre o que foi visto e o valor moral da mensagem que foi trazida.

-Procurando o quadro “Assunção” de Murillo, encontrei vários. Logo, devo deduzir que é um tema recorrente para este pintor espanhol, ao ponto de formar uma escola.

– A dupla vista é mais rara. A pessoa vê todo o ambiente e o plano espiritual (peço ajuda dos universitários se estiver errada ou incompleta a definição). É o caso de Divaldo Franco e outros. Por vezes, a dupla visão é tão precisa que ele não sabe distinguir se a pessoa está viva ou se é um espírito. Divaldo nos conta que atendeu no balcão do trabalho diversos desencarnados, até que o patrão lhe chamou a atenção e ele percebeu seu erro. Passou a atender no balcão apenas quando a outra colega de trabalho também via o solicitante.

-A figura do início do texto exemplifica perfeitamente o fenômeno e o conflito trazido pela vidência. Na imagem, temos os 2 rostos: Marilyn e Einstein. A visão comum apenas enxerga Einstein, porque o cérebro percebe todos os detalhes e identifica em nossos arquivos de quem é o rosto (ou, ao menos, que é um rosto masculino, caso a pessoa nunca tenha visto o cientista). Porém, se reduzirmos a quantidade de detalhes, seja espremendo os olhos, seja nos afastando, chegamos num ponto onde o cérebro recombina o grupo de detalhes e passa a reconhecer a Marilyn. Com o vidente ocorre o mesmo. No ambiente está o tempo todo todas as imagens. O alcance orgânico dos detalhes que o vidente é capaz de perceber é o que fará com que ele reconheça uma coisa ou outra. Portanto, organismos diferentes reconhecerão imagens diferentes. Qual estará certo? Talvez ambos. Afinal, a imagem do início tanto têm Einstein quanto têm a Marilyn, certo? Ambos estão presentes nela.

11 respostas para 47-Videntes

  1. Eu vejo um símbolo que me acompanha alguns anos. Apercebo me de certos cheiros diferentes .e vejo imagens douradas por trás das pessoas…E ser clarividente?

    • inacioqueiroz disse:

      Oi M. de Fátima.
      Quem melhor pode avaliar isso é vc.
      Se as pessoas ao seu lado não vêem e vc percebe que não são ilusões de ótica (como o caso do arco íris no texto), então podemos estar falando de clarividência sim.
      Mas, como nos diz Emmanuel, a habilidade só será útil se for um agente para o benefício das pessoas.
      O mais comum é cairmos em nossa vaidade e estagnarmos nisso.
      O que importa aos espíritos não são nossas potencialidades, mas o que fazemos delas.
      Para eles, mais vale o faxineiro que atende a muitos do que o Pós Graduado que só pensa em ler e filosofar ao vento.

      Abração,
      Inacio

  2. Ao contrário de outros, alguns referidos no livro, eu não conheci a banca e a energia depois do governo.

  3. Mais importante, vocês serão capazes de ver os bloqueios no corpo que não foram manifestados como doenà a.

  4. claudie (Di) disse:

    Muito legal isso, Marta!”“O Espírito só vê e ouve o que ele quiser”…
    Isso é, aquilo que tem condição de ver…mas, como tudo na vida, é um processo…
    “Agora vejo em parte, mas então veremos face a face. É só o amor…”
    Um dia, todos teremos o “olho bom”, e então, todos veremos a luz…
    E sua ligação com o Sexto Sentido tem tudo a ver, Inácio…
    Bjos, crianças…

  5. Marta disse:

    Assim como Clô falou : depende de tanta coisa….

    Salvador Dali pintava o que via….”pois via o que vibrava na alma”..
    O que posso falar daqueles que “pintam” Maria com os olhos do coração ? Em trabalhos ditos mediúnicos ?
    “Ver, ouvir e falar” com o coração (atributos do médium em harmonia) é diferente de fascinação (consequência do desequilíbrio do médium)….a fascinação é justamente o processo em que os “quadros da vida”, são manejados pelas mãos da vaidade e da ilusão pautadas nos desejos ocultos de grandeza….nesses momentos….o coração fica de fora….e o discernimento adormece…

    “O Espírito só vê e ouve o que ele quiser. Isto de uma maneira geral, e sobretudo para os Espíritos elevados, porque os imperfeitos ouvem e vêem freqüentemente, queiram ou não, aquilo que pode ser útil ao seu melhoramento.” – Livro dos Espíritos

    Adorei 🙂
    Beijocas

    • inacioqueiroz disse:

      Mas é bacana quando a gente percebe que Maria foi pintada por nós e era sua radiosa inspiração quem estava presente.
      Quando a gente percebe isso, nos envolvemos com a hunildade e com a consciência que o estudo nos traz.
      Do contrário, as presenças ilustres se multiplicam e fascinam, ao invés de darmos ouvidos aos Manoéis e Joanas que realmente sabem quais são nossas necessidades e querem nos auxiliar no novo passo evolutivo que nos aguarda.

      Este texto de Kardec me fez lembrar o final de “O Sexto Sentido” quando o Bruce Willis percebe que a casa está toda modificada e ele continua enxergando tudo como era antes dele morrer.
      Valeu.
      Beijão …

  6. claudie (Di) disse:

    Muito legal o texto!!
    Engraçado, isso me parece familiar…”Alguém me cutuca:
    – Essa névoa eu também vi. Mas não vou falar nada porque não quero passar recibo de maluco pra ninguém.
    Mas eu vi isso que ela disse. Credo!”. Onde será que foi??rsrsrs
    Mas é interessante. A questã da vidência, como a mediunidade, no geral, é muito ampla. Ninguém tem uma mediunidade igual a outra; a mediunidade é uma faculdade, mas depende do instrumento pelo qual ela se processa (o médium) e daquele que a acessa (os espírtos). E o médiu engloba a constituição física, a bagagem espiritual, o estágio emocional…
    Quantas vezes já aconteceu de um ver alguma presença espiritual, e o outro nada??
    Depende de tanta coisa!! Mas essa diferença deve ser vista como construtiva (sem devaneios),
    as diferenças sempre devem somar…
    Bjus!!

    • inacioqueiroz disse:

      O interessante é que mesmo entre os espíritos ocorre de ter alguém no ambiente, ser visto por uns e não ser visto por outros. A caravana que socorreu André Luis passava perto dele todo dia.
      Mesmo a foto inicial do texto, a Marilyn só pode ser vista se nos colocarmos em situação especial. Do contrário, só veremos o Einstein mesmo.
      O importante é meditarmos nas questões morais de cada mensagem, verificando o crescimento decorrente delas.
      Em tempo, essa passagem da nuvem é inesquecível pra mim.
      beijão …

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